Wednesday, August 23, 2006

Na China: Procura desesperada por um creme de leite em Pequim


Esses dias, de tão estressante, chegou a ser cômico. Eu, desesperada, atrás de um (simples?) creme de leite.

Pus a interrogação no "simples" porque na China, especialmente em Pequim, nada é "simples". Nem pra achar um creme de leite - eu queria apenas fazer um molho branco pra uma massa italiana aqui em casa... (diga-se de passagem, também tenho que viajar quilômetros pra comprar a tal massa)

Bem, no fim, após ter que pegar uma condução daqui de casa pra ir até o supermercado americano Walmart (30 minutos de metrô), consegui o bendito creme de leite. Brinco aqui dizendo que creme de leite pra nós, brasileiros, já virou um presente - e de luxo - na China.

Cito esse exemplo, mas aqui é tudo complicado mesmo. Sem exageiros. Tudinho.

Pra começar pela comunicação - tudo escrito em mandarim. Então, no supermercado, é uma dificuldade pra se saber o que se está comprando, se está se comprando a coisa certa etc etc etc. Primeiro de tudo, tenho que viajar pra achar um super que tenha comidas ocidentais - outro problema. Depois, pra fazer compras, com raríssimas exceções, sempre se tem que barganhar aqui. Às vezes, dependendo, os vendedores chineses chegam a aumentar o preço 10 vezes mais do que deveria ser - principalmente quando se é estrangeiro!

Exemplo: fui comprar uma calça jeans esses dias. O primeiro preço que eles me deram foi de mil yuans (equivalente a uns 250 reais). Resumo, após uma exaustiva maratona de "barganhamento" consegui a calça por 100 yuans (25 reais!!!) .

E assim vai. Pequim é assim. Cansativo demais. Complicado demais. Demorado demais.

Mas, sabe, apesar de tudo, a experiência é, sim, fascinante (desde que eu saiba que não preciso ficar aqui para sempre!).

Thursday, August 17, 2006

Na China: Chá-peteca-soneca



Já estou aqui há quase quatro meses, mas meus primeiros dias foram no Hotel da Amizade de Pequim.

Lá, toda manhã eu poderia ter certeza de uma coisa. Um funcionário do hotel teria deixado na minha porta uma garrafa térmica com água quente. Claro. É pro sagrado chá!

Aqui, todo mundo toma chá, o tempo todo, como água.

No meio da mesa da minha sala havia três coisas: chá, xícara de chá, pote pro chá.

Até mesmo a moça do elevador do meu prédio atual está sempre acompanhada da sua garrafinha de chá. O motorista do ônibus, o porteiro, a menina que vai passear no parque. Todos.

A garrafinha do chá é imprescindível! Extremamente necessária.

Numa reunião esses dias havia tea-break. Não era nem cofee-break, era tea -break mesmo! Tava lá escrito assim.

No meu trabalho, enquanto os estrangeiros têm na sua mesa uma caneca pro café, os chineses todos a tem pro seu chá. Mas é verdade que alguns estrangeiros já aderiram ao chá também. Eu particularmente ainda não.

Passando do chá pra peteca.

Peteca? Sim! Na hora do almoço, das 11:30 às 2 horas, seja uns minutos antes ou depois do almoço, brincar um pouquinho com a peteca - no meio do escritório - faz parte da rotina de muitos chineses.

É sensacional.

Mas os mais jovens preferem jogar raquetes nesse tempo. É.

E a sesta? Aqui, todo mundo sesteia. Descobri isso em um dos primeiros dias de trabalho. Voltei pro escritório e não tive onde sentar. Alguém havia pegado minha cadeira pra juntar com outras transformando em cama! É sério. Taí na foto a prova. Todo mundo tava dormindo no meio do escritório. Uma senhora até acompanhada de cobertor...

Bem, ao menos 30 minutinhos de soneca após almoço é sagrado aqui. E não ouse perturbar!

Conto mais depois.